segunda-feira, 21 de março de 2011


Voltei à rotina e à dieta. Tenho também andado arredado das minhas escritas que ficaram apenas por este blogue feito a pensar em mim e em mim também e apenas. Não acredito que alguém leia as vulgaridades que vou debitando. Não importa. O que interessa na vida é o que fazemos sem prejudicar alguém, porque esse alguém é outro como nós, mesmo que não queiramos acreditar.
Fui ao ginásio. Tudo na mesma. Não vi o Dr Borges; um homem, cirurgião famoso que com 96 anos é dos mais assíduos na hidro- ginástica. Com o seu bom humor e as suas 15 operações, depois de uma está pronto para outra, como diz. Brinca com o facto de ter esta idade e se sentir tão jovem. Mas, quando não vem, sinto a sua falta e a falta da sua juventude. Esperemos que esteja numa das suas viagens pelo mundo.
O meu jardim e para lá dele, a horta e para lá dela, o pinhal, estão invadidos por uma planta infestante que teima em estrangular todas as outras. Nasce sorrateiramente, cresce depressa, lança os seus ramos fortes e decididos por sobre as outras, não importa quais. Não pede licença, é inesperada. As outras murcham. Não lhes podem fugir.
Até é bonita. Não sei como se chama nem como extermina – la, mas não gosto de quando um ser vivo invade o espaço dos outros e passa a decidir pelas suas vidas. Pensei em dar – lhes um espaço só para elas, onde pudessem ser felizes à sua maneira, mas não. Tive que tomar uma decisão.
Tive esta dúvida metafísica quando com uma machada as cortava a esmo, para evitar que as sementes se espalhassem mais e então é que, para o ano, não haveria mais espaço aqui, para o reino vegetal. Tive pena. Mas as minhas eternas dúvidas de adolescente voltaram: Será que não têm direito a viver?
Mas a viver tirando o espaço aos outros? Viver é um direito delas sem esquecer o das outras. Até duas pequenas palmeiras já estavam a sucumbir à sua asfixia.
Lembrei – me dos banqueiros e especuladores e dos políticos empoleirados nos interesses próprios, que avançam trepando pelo capitalismo selvagem e agrilhoam milhões de seres humanos que rastejam a seu lado.
Não. Não aceito. Tenho que fazer justiça. Voltei á catana e só parei quando já não via as flores, que até eram bonitas.
Mas, é impossível pelo menos à catanada. Sei que para a semana ela aparece escondida e volta à carga. É assim o vício, como o vício do dinheiro.

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