é um desabafo, uma dor de alma, um grito vertido assim, a medo, mas com uma vontade enorme de mudar o mundo, ou apenas mudar o autor.
segunda-feira, 21 de março de 2011
ARRAIA ALHADA
Como assinalei, ontem foi Dia do Pai. A descrição tombou para o dia seguinte.
Sou um nabo nas artimanhas da cibernética.
Mesmo assim, cá estou para dizer que, como as fotos descrevem começamos o dia na Feira de velharias em Almancil, local onde aparece de tudo e em profusão, gente oriunda de leste, que compra e vende porque a crise é para todos.
O Fausto não ia muito interessado. É mais dado às grandes estâncias de Golf de Sky na neve e da Nouvelle Cuisine. Coisas destas, não lhe assentam no pé, por sinal agora lesionado, mas, mesmo contrafeito, honra-nos com a sua companhia e com o seu permanente bom humor (noblesse oblige).
Era o último dia da tourné, porque combinamos regressar a casa às 18 horas.
Acabei por comprar uma torneira para um pipo onde faço vinagre como manda a tradição, a Henriette comprou uma tesoura de poda, a Peggy seguiu – lhe a sugestão para além de uma moldura antiga onde vai colocar a arvore genealógica e o Fausto rendeu – se ás tecnologias: uma lanterna das que se fixam dentro dos guarda - fatos.
Depois, claro, fomos até aos D. Rodrigos e depois à tão apregoada Arraia Alhada que se fez em meia hora.
Entretanto, comecei a preparar o Aries para a nossa retirada; no check out; baterias com um problema, esvaziar depósitos, ver amarrações, velas bem presas, all buois (não sei se é assim) bem fechados, válvulas e bombas de fundo etc. Já cheirava ao refogado e na coberta a mesa esperava.
O Sérgio ficou ao lado da roda do leme. Estava desconfiado, mas garanto; tudo estava soberbo. A raia oferecia – se desnudada, numa brancura angelical, acompanhada por batatas e cebolas às rodelas como se de acessórios se tratassem, tal como o vinho branco fresco e o pão de sementes, depois os morangos com gelado, o bolo de chocolate que a Henriette fez ao estilo holandês e ainda veio o café que tomei na chávena de comandante com base em latão com dizeres náuticos, tudo arrematado com um wisky de 20 anos.
Desta vez Sérgio, o crítico mais odiado da navegação ligeira portuguesa, não teceu comentários depreciativos excepto a opinião de que os alhos deveriam ser cortados aos pedacinhos e não esborrachados, questão que será objecto de uma pesquisa hitórica brevemente. É que, segundo ele, este pormenor influi no resultado final. Por isso não deu a nota máxima 10, mas os restantes participantes deram 15.
Posto isto quem não resistiu recolheu aos camarotes, para uma soneca, enquanto os restantes permaneciam a torrar ao sol que já vinha dos lados de Faro.
Chegamos às 18 e partimos. Gasolina a 2 euros e 60 e as portagem de braço estendido como pedintes. Pobres Melos, Isabel dos Santos, Champalimauts, Brisas e outros que têm tudo mas dificilmente comem melhor e em tão boa companhia uma Arraia alhada assim.
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