sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A FELICIDADE 1

– A FELICIDADE 1



Porque tenho a mania destas coisas resolvi consultar 5 amigos, já da 3ª idade, que me apresentam evidentes manifestações de felicidade ou seja, os que enfrentam a vida peito feito e olham a morte com naturalidade e frontalidade.
Comecei por uma amiga médica ainda no ativo, incansável e ao mesmo tempo terna , meiga e sempre disponível. Pousou o estetoscópio sobre a mesa e com um suspiro profundo de muitas canseiras e preocupações – Sim sou feliz e serei até poder ajudar quem de mim precisar. Não posso ver ninguém a sofrer e por isso ajudar faz – me feliz. Penso até que nasci para isto.
Depois perguntei ao seu marido,  mais velho, numa cadeira de rodas, mas nem por isso menos feliz e confiante. – Olha tu conheces – me. Tenho uma mulher que me ama e ajuda, eu retribuo com admiração. Fiz muita coisa na vida, mas agora estou tranquilo assim e desde que o nosso Benfica ganhe em qualquer categoria modalidade ou época. Se ele ganha sou feliz. O resto é a própria vida que decide.
Ainda um pouco atordoado pela resposta foi numa esplanada da praia que ouvi o outro ancião que sempre me pareceu um homem feliz. Agora com o cabelo rapado como é da moda mas a  revelar no corpo bronzeado, como, ao longo de mais de meio século que já nos conhecemos, tal como uma marca sua. – Eu sou feliz. Perdi a minha mulher há pouco tempo, mas depois voltei ao sol, de verão e de inverno e retomei a vontade de viver. O sol   dá – me vida, força e confiança da – me  a saúde que dizem; os velhos perdem.
O outro inquirido é um homem ativo, organizador, mobilizador e incentivador. Nasceu em Moçambique depois viveu em Inglaterra e acabou por aterrar em Portugal onde lhe nasceram dois filhos que agora estão na Holanda. A minha felicidade vive – se à volta dos momentos, uma vez em cada estação, quando eu vou à Holanda ver os meus netos.
Sem eles não via razão para existir. Vivo para esses dias que me fazem feliz. É como um tratamento que faço para me manter saudável ou seja; alegre com a vida.
Também incluo nos depoimentos o de uma velha tia minha que transporta consigo um sorriso permanente e indestrutível. Sorrio sempre, é verdade e sabes porquê? Porque este sorriso vem do meu espírito onde um dia Deus entrou e aqui permanece nos bons e até nos maus momentos. É da felicidade que sinto e agradeço-a ao Divino.

Agora, depois da pobre tia, dirá o leitor que estas justificações baralham ainda mais que uma análise  científica ou cultural. E tem toda a razão, mas ante estas justificações individuais paradoxais e inesperadas sobre o maior mistério da Humanidade, aconselho a que leia FELICIDADE 2 o próximo capítulo onde lhe revelaremos a solução para um mundo melhor e verdadeiramente mais feliz.