terça-feira, 13 de abril de 2010


HONRA E INGENUIDADE


VIRA –SE O FEITICO CONTRA O FEITICEIRO

Eis –nos num momento decisivo para os próximos anos. Não que determinantes, mas que imporão um tipo de vivência social que pode ir da consciencialização à “porrada que ferve”.
Passo a explicar, mas antes lembro que a “malta” parece mas não é parva; anda é distraída com a comunicação que lhe servem. Mas, felizmente há net para chatear os donos da palavra em Portugal como Balsemão que ainda, há pouco, na AR desdenhou da net, considerando – a um “lixo”.
O PS, que não é bem socialista, como sabemos. Quis ser democrata e defender as “liberdades” e o pluralismo, a dada altura, nos anos 80. Depois de se servir, honra lhe seja feita, deixou entrar em todo o lado, gente de outros partidos da comunicação; Rádios, Tvs, jornais etc, gente sem a mínima preparação em muitos casos, mas endereçada pela sede dos partidos. Era um ver se te avias. O PS teve tanto de honra, como de ingenuidade.
Os PCs eram logo catalogados, até porque dão muito nas vistas e os outros PSDs e CDSs,, mais discretamente, focam aquecendo as cadeiras, entre ajudando – se com o apoio dos seus lobbys bem conhecidos, a troco de pequenos serviços.
Quando, com o voto público, Cavaco se afiambrou e o Menezes e o Sarmento tomaram conta das espingardas, procederam segundo os mais perfeitos esquemas do assalto ao poder.
A privatização em primeiro lugar, com Moniz na RTP, como estrela agitadora e com belos lucros posteriores. Balsemão, a Igreja, os familiares de Cavaco e uns quantos outros foram enchendo os bolsos se não logo de dinheiro pelo menos de poderes na comunicação que é uma boa maneira de ter poder ou dinheiro.
Nos órgãos estatais toca a afastar quem tem princípios e defende princípios, depois toca a aliciar os profissionais que ficam e poderiam ser incómodos, dando – lhes algumas regalias como subir de nível, isenções, etc (dignidade tem preço). Jornalista passa a chefe de redacção mas não chefia, chefe de departamento passa a sub director ou director, mas não dirige, e os novos lugares são ocupados por gente que ligada aos grupos económicos, passa a mandar nas empresas de comunicação estatais.
Ora bem. Aos poucos o PS que dominou tudo, vê – se cercado e dominado por jornalistas engajados que lhe fizeram a cama. Já havíamos visto como os casos da TVI e outros, eram sobretudo, manobras para desacreditar o Poder. O PS não fez nada que os outros partidos não tivessem feito, só que chegou a altura do ajuste. Agora, veremos que afinal estávamos em banho Maria.

Com a eleição de Passos Coelho as coisas vieram à tona.
O novo líder PSD tem o mérito de se mostrar como é. Não é amorfo como os anteriores. Obriga o PS a definir – se e a mostrar a sua verdadeira face.
Curioso é ver, por exemplo, que o nosso pseudo - PS quer privatizar tudo o que dá lucro neste País e coisa inaudita; Passos Coelho diz que não, que tem que ser com calma. É óbvio que o PSD não quer é que seja o PS a fazer o negócio que muito interessa aos social democratas, melhor, aos seus patrocinadores.
Ou o PS acorda, ou vamos todos trabalhar para os patrões dos Monizes, Balsemões, Prisas, Oliveirinhas e outros desta seita que já se esqueceu que foram os pobres que há um ano lhes pagaram o que perderam com a sua ganância assassina e incontida.


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sexta-feira, 9 de abril de 2010

PALAVRÕES



Faltam vinte minutos para almoçar. Depois, vou a Lisboa para umas locuções. Mas não resisto; venho aqui para escrever. É um impulso, é a resposta a um vício que me acompanha ao longo da vida e afinal, não me levou a lado nenhum. Talvez esta dependência, até me tenha prejudicado.
Durante décadas, verti em palavras o que me ia na alma. Por isso, a vida passou a ter, em paralelo, um lado virtual, uma sombra feita por palavras cujos significados são dúbios. São o soletrar de sentimentos e estes o fruto de emoções descuidadas.
Fugiram – me das mãos como areia, as realidades.
Fui um contemplador, um voyeur. Nem sequer fui um crítico, um analista, talvez por cobardia ou falta de conhecimento. Dou sempre ao criticado o direito de ser ouvido e então ofereço – lhe a razão, perdoo – o porque o homem, o Homem, está claramente mal acabado, imperfeito.
Esta maneira piegas, católica, de resolver os assuntos não é mais que a fórmula errada de corrigir as imperfeições da sociedade.
Apetece – me agora, dizer palavrões. Mas, afinal palavrões são palavras mal educadas e nem com elas diria o que sinto.