é um desabafo, uma dor de alma, um grito vertido assim, a medo, mas com uma vontade enorme de mudar o mundo, ou apenas mudar o autor.
domingo, 13 de março de 2011
DO TOSHIBA À LAREIRA
O TOSHIBA E A LAREIRA
Está decidido. Vou deixar de debitar aqui textos com características de crónica. Desisto. Fui condenado ao silêncio depois de meio século de trabalho diário na comunicação.
Não há jornal, rádio ou Tv onde possa veicular as emoções que me assaltam. Concordo que não seria bem-vindo, nem oportuno.
Não tenho partido politico que me proteja, como é quase obrigatório para poder trabalhar.
Não faço parte de grupo algum que apoie ideias inconsequentes, como aparentemente são as minhas.
Não me sinto perseguido. Apenas desnecessário. Descartado. Inadaptado às ideias dominantes.
Não tenho nada escondido na manga.
Trabalhei para milhões de pessoas. Trabalho agora para mim mesmo porque, não consigo deixar de publicar o que me vai na alma. É acto rotineiro desde criança.
Porque acho um desperdício lançar ao esgoto a experiência de uma vida, de qualquer vida, vou deixar aqui o meu diário.
Se alguém o ler óptimo. Não estarei só. Sentirei que serei transparente como sempre procurei ser.
Se ninguém, o fizer paciência. Faço eu o que acho que devo fazer no respeito por mim mesmo.
O pedeleke será como a capa de um manuscrito que espero me acompanhe até ao último dia de vida, tenha eu a sorte que tiver.
Não há o barulho da redacção.
Só, com o Toshiba e a lareira recomeço. Ardem as achas de pinho que carreguei até aqui como me queimam as ideias de dias melhores.
Deus, ou seja o que ou quem for, por ele, me dê forças.
………………………………………………………
Vai começar uma semana agitada.
Não há locuções na Odisseia ou no Canal História, que me façam gargarejar durante os próximos dias., mas tenho muito que fazer.
Amanhã irei com o sr Paulo carregar pipas enormes de vinho, que tenho em Carcavelos. Não as consegui vender e acho que não devo deixar estragar. Preciso de uma camioneta de carga, mas logo, por pouca sorte, amanhã mesmo, começa uma greve de camionistas. Já é galo!!!
Na 3ª vou com o Sr Artur, um dos encarregados, tentar descobrir na oficina da cadeia do Linhó alguns acessórios do meu 2 cvs que ali esteve a reparar e agora, descobri, estar todo desmontado. Algumas peças desapareceram.
Penso que se alguma coisa sai de uma cadeia, como o banco da frente de um carro, não podem ser os reclusos a roubar. Só os guardas o poderiam fazer. Quero ver o que é que a directora me tem a dizer …
Na 4ª irei a Carnaxide. Um encontro com o Bruno Nogueira, o autor e actor que assina momentos cómicos nas nossas TVS. Diz a sua produtora Inês, que ele tem uma ideia muito gira e que gostariam que eu participasse.
Aprecio o rapaz, que também diariamente ouço na TSF, mas confesso que nada me sorri…e nada me levará até aos ecrãs, a não ser o “non sense” desta sociedade e desta comunicação que parecem uma comédia de mau gosto. Ao menos, este Bruno oferece a garantia de não ter adormecido. Quer falar comigo. Espero que não perca o sono.
Depois, na 5ª feira, deverei rumar até ao Aries que se baloiça em águas algarvias. Vou com o meu velho amigo Montoia, antigo colega de tropa e de algumas aventuras, e o Fausto campeão de golfe e sky, que com as suas simpáticas mulheres, Isabel, médica, ortopedista, alentejana e Henriette, holandesa, escultora, apaixonada por Portugal, me acompanharão nuns dias a bordo. Claro que estão previstas algumas incursões. Mais em terra do que no mar, porque cada um vai revelar, entre outros, os seus segredos gastronómicos.
O ginásio do Racket Club da Quinta da Marinha terá que esperar por mim. A dieta prometida também.
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