terça-feira, 29 de abril de 2014

€€€€€€€€€€€€€€€€€€€A TODO O PREÇO$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

Não posso deixar de assinalar este fenómeno revelador: a sofreguidão com que os meios de comunicação em especial as TVs perseguem a população incauta.
 Nas TVs generalistas e de canal aberto que é a que “interessa”, à hora em que a pobre população; crianças, velhos, desempregados, deficientes estão pregados no ecrã, à espera de um caminho para a sua vida, impingem – lhe o seu negócio, implorando, convencendo, aliciando, mentindo: ganhe dinheiro fácil, telefone já!, já! para o xxxxxx (chamada com valor acrescentado e o público presente, como numa igreja repete o número, com fé e ardor).E gritam os queridos apresentadores: Tem direito a ser feliz, a ser rica, a comprar um carro novo a…a…. Telefone  o número  vezes que entender, muitas, muitas, marque e remarque várias vezes o número (e o publico ingénuo e cooperante, repete) mais ganha dinheiro, ganhe um automóvel. Faltam x minutos….

 É uma tristeza, uma vergonha. Porque:
1º Profissionais da comunicação transformados em vendedores de banha da cobra. (vida a quanto obrigas!!!!!)
2ª É mais uma forma de exploração que exige dos “artistas” múltiplas capacidades para ajudar a aldrabar o telespectador.
3ª É uma demonstração da miséria que alastra pelo País. Só os pobres ou doentes mentais é que aderem a esta alienação.
4º Não é para isto que a TV deve servir. Ainda há bem pouco tempo este processo não seria autorizado nem bem recebido pelas entidades responsáveis na defesa do interesse do telespectador.
5ª Hoje depois do Ministério das Finanças sortear automóveis, tudo, tudo será possível. A ver vemos….. 

sábado, 26 de abril de 2014

25 de ABRIL

Tive a honra, melhor o privilégio porque apenas como jornalista estive no Carmo naquele dia, há 40 anos, em que quando já não esperava, me nasceu na alma o sonho de ver Portugal ser outro, mais livre, justo e feliz.
E digo apenas jornalista porque esforço – me por dissociar a qualidade de jornalista da de cidadão, de militar ou militante envolvido, politico ou simplesmente um curioso como era a maioria. Mesmo assim a formalidade jornalística sucumbiu à avalanche de emoções.
Ao lado de Salgueiro Maia senti no rosto os primeiros ventos de liberdade.
E confesso que essa emoção empurrou – me dia a dia, até aqui. Mostrou – me que haverá sempre um caminho, por onde o homem ou um povo que tropecem, poderão avançar. Ninguém os poderá parar.
Estamos longe. Fomos ludibriados. Mudaram os sinais e os sentidos. Forças, interesses estranhos às ambições justas de um país, foram subvertidas, manipuladas e agora estranguladas.
Tenho consciência absoluta do que se fez, sei quem o fez e porque fez este desvio. Também sei que não tenho qualquer hipótese de o dizer alto e a bom som.
Peço aos Deuses que me dêem oportunidade de pelo menos um dia sentir de que, por todos aprendemos com os nossos erros, nos tornamos senhores dos nossos destinos e então, poderemos avançar de cabeça erguida no rumo, há 40 anos, prometido.     
É tempo de consciência e de mudança.

Ela virá dentro em breve. Resta saber como virá.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Para que conste

Anda por ai nos mails e outros sítios este post sobre o PANICO À BEIRA - MAR que juro não fui eu quem o fez ou encomendei.
Para que conste.


QUANDO VIVER CUSTA



( Aqui imagine dois telhados de duas casas velhas entre as quais, ao fundo, a quilómetros sobre os montes os picos brancos se misturam com as nuvens) 




Porra !!! Não tem sido fácil.


A fragilidade humana veio a correr gritar - me que não sou super-homem, e muito menos o gato das botas e que se não me ponho a pau vou desta para a melhor e que deixei de fazer tanta coisa que até nem era mau e que os outros estão se nas tintas para tanta canseira, etc.


 Nunca fui tantas vezes ao médico ou ao hospital. Estou a aprender matérias que só a vida, seja ela boa ou má,  nos dia - a - dia diferentes, pode ensinar,. Já sei o que é esperar, ser olhado com comiseração, ser amparado, a aguardar os resultados dos resultados, a merecer cuidado como se eu fora meu avô. Mesmo assim, por outro lado, apercebo - me da precaridade daquilo a que chamam viver e da fragilidade da gente que se acotovela em formigueiro sem saber para onde vai. Uma e outra, a vida e a gente, desenvolvem - se da forma mais desumanizada que é possível imaginar. O lince da Malcata ou as amêijoas, no defeso, são mais protegidos que o homem português nestes tempos de cegueira e verborreia.


 O destino ainda não me fez e espero que não me faça sofrer porque tenho visto gente humilde mas nobre e digna, essa sim, a sofrer de dores do corpo, de ansiedade e de solidão. É isto o que mais me entristece, me faz estrebuchar, falar e socar o tampo da mesa.


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 Imagine aqui a foto da entrada de um pequeno cemitério; um portão de ferro preto, com rendilhados curvos por entre os quais de vêm, próximas, as campas alinhadas, brancas e floridas com flores naturais e artificiais. Aqui e acolá uns dizeres esculpidos, como num cada vez mais longínquo grito de adeus, umas pequenas imagens e cruzes, muitas cruzes. 


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 Fui este fim de semana ao funeral de uma senhora quase centenária que eu mal conhecia. Estivera acamada durante décadas e lúcida até ao fim.
Lá viajei até Ourondo, localidade quase despida de gente, na serra Gardunha que acenava com cumes brancos da neve. Quando o enterro passou com duas filas de pessoas a despedirem - se, o sacristão com um amplificador de som, a pilhas ao ombro por onde se ouvia, em bom som, o Sr. padre que seguia sentado no carro funerário ao lado do motorista e  eu recolhia ao carro para guardar a maquina fotográfica com que registei as fotos que não consigo verter no sítio previsto, mas assinalado, fui abeirado por uma velhota de mais de oitenta e muitos anos, quase cega, de sorriso simpático como se fora nova e feliz. Haviam - lhe dito que eu estava ali e ela quis saber como eu passava, porque lhe constara... Falamos como dois bons amigos. Contei - lhe das minhas melhoras e ela dos outros tempos, de trabalho árduo, que passaram e que de nada valeram. Fala - me sem ódios, com candura misturada com mágoa e inteligência. Ajudara muita gente que já partiu ou agora passa ao lado sem a reconhecer. Fora escrava do trabalho. Hoje vive só, a precisar de cuidados e de um lar, mas o que recebe não lhe garante nada, nem para comer.


-Que posso fazer por si? Perguntei eu que sou incapaz de dar uma esmola ou fingir - me caridoso porque sinto vómitos quando me falam de caridade. (Lembro - me da canção infantil do Barata Moura "Vamos brincar à caridadezinha"...)


- Estou com um problema: com o glaucoma.- prossegue -  Não consigo ver as horas neste relógio que trago há vinte anos. Sei que nos Chineses em Lisboa há uns relógios de cabeceira que se vêm à noite. São baratos mas aqui, aqui - lamenta - ainda não há chineses.


-Mas precisa tanto de saber as horas? E à noite?


- Sim, à noite. Todas as noites fico a ver os dias a passar... - Faz uma expressão tranquila e interiorizada, como a descrever uma procissão silenciosa, que também imaginamos. 


 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

VAMOS NO BOM CAMINHO

ANO NOVO TUDO VELHO
Espero há mais de meio século. Chego agora à conclusão que por mais novo que o ano seja, não deixo de me sentir mais velho. Ainda, por cima, fiz anos no dia 1 de Janeiro que é coisa que gostaria de deixar de fazer… mas esta condenação biológico – astronómica não perdoa. Tive um fim de ano e um começo que não lembra a um autor de filmes de terror. Fui – me a baixo das canetas. Isso mesmo. Não escrevia uma linha e não me aguentava em pé. Resquícios do desastre com que 2013 me brindou.13, havia mesmo de me marcar e nasci num quarto nº 13. Mesmo que quisesse não podia deixar de ser supersticioso. Passei para um homeopata; Dr. Nuno Oliveira – Caparide; veredicto: questão imunológica que lixa o físico e o ânimo e a que se soma o pós – traumático e a dupla pneumonia por ter engolido meio Atlântico. Enfim, um desarranjo que se não me levar para o Cemitério da Guia, volto a cair ao mar. Fiz um tratamento de 9 dias com Vespa Crabro que é veneno de insecto mortífero asiático. Verdade é que, comecei a arribar e a acreditar no saber do jovem doutor. Depois via net, continuamos com as consultas. Parece que estamos no bom caminho. Agora passei para o Acidum Nitricum que, vim a saber, na secreta, que é com isto que se faz a nitro glicerina que participa na confecção de bombas. É este o meu caminho; vou explodir. Entretanto quero ver como é. Comecei por tentar voltar aqui (blogue) mas tinha perdido a chave. Depois arranjei outra mas quando ia a abrir o mail – base devia ser outro. Baralhei – me tanto no blogue que os serviços de espionagem americanos devem, ter andado às voltas com este descendente de Viriato agora a baralha – los. Sou assim…mas segundo o Dr. Nuno , vamos no bom caminho. E eu vou à boleia.

sábado, 16 de novembro de 2013

OLÁ ARTUR.

O Artur Portela escreveu - me. Verdade é que eu lhe devia uma palavra. Fez uma inteligente palestra sobre o jornalismo e a literatura no lançamento do Pânico à Beira Mar na Casa da Imprensa e foi dos poucos colegas de profissão a mostrarem agrado pelo meu atrevimento. Independência? Elevação espírito? Não apenas. Camaradagem, mas também respeito pelo trabalho dos outros. Estarei eternamente grato a este impar homem dos jornais e das letras.
Pergunta .- me apos lamentar ter o seu telefone avariado, como vou.
Aqui está a resposta que quero arquivar neste Diário de Bordo.




Caro Artur OH! Yé!!!! Já tinha visto que o seu Tm pifara. Temos a net (por enquanto) Estava ansioso por falar consigo. Como um conquistador discreto de primeira apanha fui duas vezes, à mesma hora, ao cafezinho do Largo dos Passarinhos mas não o vi. Sei que não era tarde porque quem se estima sempre aparece. Obrigado Tenho lido os seus posts. Imperdoável, Portela disseca sobre cadáveres e vivos que deixam rastro e se pavoneiam nesta sociedade que distraídos construímos. Aprecio muito a sua prosa ou a sua acutilância a fugir ao bom senso oprimido. Pena é que não seja na hora do telejornal. Assim, é o barco contra a corrente. Mas que há - de chegar onde quer ir. Pena é que as metas cada hora que passa estejam mais próximas e o desejo de chegar é maior. Adivinho - o em si como em mim. Calafetamos a ansiedade nos blogues e similares. Para mim isto deve estar a originar uma patologia que ainda não vem na enciclopédia. Incomodativa com influência na respiração, locomoção, sono, impulsos nervosos e insuficiência cardíaca está a deixar - me. Sei que isto pode aumentar o fluxo lacrimal e então daqui à demência entre a classe erudita não tardará a ser diagnosticada senilidade. Feito ... se não me acalmo. Pânico - Estou francamente desiludido. A Chiado ainda não o fez chegar às livrarias. Já fui à Sic e à RTP 1 e Internacional mas quando me perguntam onde está à venda encolho os ombros ... só por encomenda. Encomenda sou eu... Mas o gozo que me (nos) dá como sabe é escrever. Somos os viciados como os miúdos por chupas - chupas. Entretêm - nos assim. Aproveitei a sua ideia de fazer uma "história" mais pequena do afogamento, o BOCA ABERTA. Escrevi 2/3 mesmo sem conseguir exactamente o que me sugeriu que é isolar - me de conjeturas, raciocínios paralelos ou deleites literários. Farei isso na revisão, porque não consigo ser geométrico e qb, como o Artur. Entretanto dei o texto que já tenho ao Henrique Gabriel pintor de quem gosto muito, ágil a interpretar as tonalidades do espírito e formas da alma, que já se pôs a rabiscar com entusiasmo. Logo que tenha a maqueta envia - la - ei a si para que faça o favor... A propósito, não o quero maçar, mas se no dia 30 (sábado) pelas 15 horas por ventura, sorte minha, e de quem lá andar for até ao SHOPPING CASCAIS - FNAC . quiser dar - me o prazer de o ver próximo do PÂNICO livra - me da decisão de eu fazer o Lançamento em solitário e sem paraquedas. Este lado da literatura é novo para mim e o mais doloroso. Do que se livrou o Camões... Fugi para o mar. Estou atracado em Olhão, na mais profunda solidão mas onde apesar de já qui ter morrido um dia o meu corpo e a minha alma ainda despertos, repousam juntos. Um abraço e obrigado por ter contactado. Luis

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ACONCHEGAR A ALMA HUMANA


Voltei hoje ao Aries.
Terei de voltar a Lisboa no próximo de 30 para a apresentação na FNAC do Pânico à Beira – Mar cuja distribuição me está a desanimar.
Não esperava que um mês depois do lançamento ainda não houvesse livros nas livrarias. Dizem que dentro em breve vão chegar. Entretanto só por encomenda. Na rua muitas pessoas perguntam – me onde podem encontrar o livro. Não consigo explicar. Coisas do mundo dos negócios…que não têm nada a ver comigo.
Façamos uma breve conta corrente: entretanto fui ao programa da TVI - QUERIDA JÚLIA  como aqui assinalei e uma semana depois fui à RTP ao PORTUGAL NO CORAÇÃO   com o Jorge Gabriel e u a Joana Lopes que conheci nessa tarde. Prepararam – me algumas surpresas (Cantei o tenho dois amores e mostraram um apanhado que me fizeram há décadas quando eu fazia na Rádio Comercial o programa Manhã…manhã e me roubaram o 2 CVs) Não esperava isto. Foi divertido e falamos muito do livro.
Mas voltemos à Ria Formosa.
Vim de autocarro toda a viagem a falar com uma senhora de Tavira ou que mora em Tavira e se chama Corina. A viagem decorrer num relâmpago e gostei muito de a conhecer. Reconheço que ando muito calado e afastado das pessoas.
Cheguei a Olhão ao fim da tarde. Não tive coragem para ir almoçar ou jantar e então entrei num pequeno supermercado para comprar bebidas, fruta e yogurtes porque o  frigorifico do barco estava vazio. Uma velhota olhava – me por detrás da fruta, até que ganhou coragem e me perguntou:
- Já lhe disseram que é muito parecido com um senhor da TV?
- Já sim, mas ele tem cara de parvo. – Disse eu para a desafiar.
- Não. Já o conheço há muitos anos. Não é nada parvo. Até diz coisas bonitas.
- Às vezes. Eu não gosto dele.
- Eu gosto. Ele é mais alto que o senhor e agora também usa barbas. Iguaizinhas. Raio. Não é ele?  
 Afinal ainda tenho uma admiradora.
O Aries a ordens do director Dr. Glória foi conduzido pelo meu amigo Sérgio, até um outro lugar porque procedem a obras no Quebra – mar. Agora estou rodeado de outras embarcações de todos os tipos. Está – se bem. Aqui abraço – me, escuto – me e vivo dias que me escapam como areia pelos dedos das mãos, mas longe da hipocrisia, da mentida e do tumulto do mundo lá fora.
Faço pausa momentânea no Flaubert no Madame Bovary (1856) para pôr a escrita em dia. Estou decididamente a regressar a uma outra época; século XIX.escrevo o libreto enquanto ela segue o enredo frase por frase e pensamentos imprecisos lhe acodem e se dispersam num ápice com as rajadas da musica.
Aqui regresso ao blogue. Aqui debito o que recordarei mais tarde. Escrevo ao som do meu inseparável Triplo Concerto de Beethovem em C maior opus 56 para violino, cello e piano.(1804) É pela Sinfónica de Londres com Stern e o YoYo Ma .
Soberbo o diálogo entre os dois. Eles os dois e eu, claro. Entre nós os três. E também quem mais queira, sem ódios, nem preconceitos, apreciar o mais simples e mais profundo que há para ACONCHEGAR A ALMA HUMANA.