segunda-feira, 6 de abril de 2020

O FIM 20200406



Mais um dia de chuva e de dúvidas.
Não deu para ir para o pinhal ver as flores minhas amigas sem ninguém as ter plantado, que sem sol se recusam a abrir.
Se alguma coisa aprendi já com a quarentena foi que estava rodeado de flores e não as conhecia. Como só posso andar em espaço próprio tenho passeado quase todos os dias até ao riacho que nos separa da Charneca e redescubro os locais onde, em criança, vinha ao fim de semana com o meu pai e minha mãe e ainda uma empregada “semear” pinheiros. Esses sim vi- -os depois crescer durante décadas.  Admirava – os e protegi – os até que os incêndios de verão nos obrigaram, com uma dor de alma, a decepar muitos deles. Ainda ficaram umas centenas que me conhecem,
Mas as flores lindas meigas e bem cuidadas que me escolheram são para mim uma homenagem à Natureza que o Homem na procura incessante do lucro, tem transformado num pântano onde ele próprio se está a afundar. Pedi – lhes desculpa e elas sorriram para a foto.
Ajoelhei junto a elas, cariciei-as e nem uma colhi.
Se puder amanhã voltarei.

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