segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O ASSÉDIO SEXUAL

O ASSÉDIO SEXUAL 20171202 (para que conste)


Um dia, estava eu no Rio de Janeiro e ia começar um apontamento filmado na via pública.
Era o tempo ainda das claquetes. “ Pronto? Armindo (era o Armindo Mendes) atenção: ante gravatum” Parei. Atrás de mim ia a passar uma miúda particularmente atraente. Avisei o operador - Olha esta miúda tão gira. - O operador tirou o olho da câmara, arregalou os dois e, ao mesmo tempo, atirava ao ar um claro e elogioso – Sim senhor!!!!-
Ela ouviu, parou, olhou surpreendida, voltou para trás, encaminhou – se para mim e sorridente perguntou –me -. Você acha que eu sou gira? Que é que mais gosta em mim?
Não sei o que disse, mas do diálogo ficou que ela não se ofendeu e quis saber em que medida e porquê merecera a nossa admiração.
Noutro dia na praia de Carcavelos, saía eu de um mergulho e passeava uma miúda só, na areia molhada. Ambos fora de época. Eu estaria atrasado e precisava de saber as horas. Dirigi – me a ela que estava vestida e trazia relógio e perguntei as horas.
- Por favor diz – me as horas?
Olhou – me colérica, com desdém e retorquiu ostensiva e provocadoramente – Parece que é parvo. -- E virou – me as costas, deixando – me a magicar em tal atitude.
Já lá vão algumas décadas, ainda hoje, me pergunto porquê estas duas reações tão diferentes. A verdade é que deixei de perguntar as horas a qualquer mulher que não conheça.
Agora, andamos todos a discutir onde começa e onde acaba o assédio sexual, crime que leva a tribunal centenas de homens portugueses todos os anos. Acaba de sair a Lei 73 /2017 que reforça o quadro legislativo da prevenção de prática de assédio que poderá ser moral, no trabalho, no metro, na piscina, na manifestação, em todo o lado afinal.
Não quero nem devo ser indelicado, mas da minha experiência de vida, o homem ou a mulher só são vitimas se quiserem ou não... poderem resistir.
Há mulheres serias e homens parvos, mas acreditem também os há ao contrário.
 .........
 Só arranjamos lenha para nos queimarmos ou para nos entretermos.
Não se fala de outra coisa, ou esta está ao nível dos incêndios, dos desastres, dos hospitais e dos dramas dos professores.
Ora se fossemos árabes islâmicos não havia assédio sexual, nem multidões a discutirem se na rua ou no trabalho andamos a fazer olhinhos a uma colega. Sim porque ela só mostrava ou até nem mostrava a cara.
Mas agora elas aparecem como se estivessem num palco, a mexerem a “bundinha”, os peitinhos, como se estivessem numa eterna escola de samba.
E raros são os homens que não olham ou depois de tanto olharem  bem podem confessar que se sentem vitimas.

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