O ASSÉDIO SEXUAL 20171202 (para que conste)
Um dia, estava eu no Rio de Janeiro
e ia começar um apontamento filmado na via pública.
Era o tempo ainda das claquetes. “ Pronto? Armindo (era o Armindo Mendes)
atenção: ante gravatum” Parei. Atrás de mim ia a passar uma miúda
particularmente atraente. Avisei o operador - Olha esta miúda tão gira. - O operador tirou o olho da câmara,
arregalou os dois e, ao mesmo tempo, atirava ao ar um claro e elogioso – Sim senhor!!!!-
Ela ouviu, parou, olhou
surpreendida, voltou para trás, encaminhou – se para mim e sorridente perguntou
–me -. Você acha que eu sou gira? Que é
que mais gosta em mim?
Não sei o que disse, mas do diálogo
ficou que ela não se ofendeu e quis saber em que medida e porquê merecera a
nossa admiração.
Noutro dia na praia de Carcavelos,
saía eu de um mergulho e passeava uma miúda só, na areia molhada. Ambos fora de
época. Eu estaria atrasado e precisava de saber as horas. Dirigi – me a ela que
estava vestida e trazia relógio e perguntei as horas.
- Por favor diz – me as horas?
Olhou – me colérica, com desdém e
retorquiu ostensiva e provocadoramente – Parece
que é parvo. -- E virou – me as costas, deixando – me a magicar em tal
atitude.
Já lá vão algumas décadas, ainda
hoje, me pergunto porquê estas duas reações tão diferentes. A verdade é que
deixei de perguntar as horas a qualquer mulher que não conheça.
Agora, andamos todos a discutir onde
começa e onde acaba o assédio sexual, crime que leva a tribunal centenas de
homens portugueses todos os anos. Acaba de sair a Lei 73 /2017 que reforça o
quadro legislativo da prevenção de prática de assédio que poderá ser moral, no
trabalho, no metro, na piscina, na manifestação, em todo o lado afinal.
Não quero nem devo ser indelicado,
mas da minha experiência de vida, o homem ou a mulher só são vitimas se
quiserem ou não... poderem resistir.
Há mulheres serias e homens parvos,
mas acreditem também os há ao contrário.
Só
arranjamos lenha para nos queimarmos ou para nos entretermos.
Não se fala
de outra coisa, ou esta está ao nível dos incêndios, dos desastres, dos
hospitais e dos dramas dos professores.
Ora se
fossemos árabes islâmicos não havia assédio sexual, nem multidões a discutirem
se na rua ou no trabalho andamos a fazer olhinhos a uma colega. Sim porque ela
só mostrava ou até nem mostrava a cara.
Mas agora
elas aparecem como se estivessem num palco, a mexerem a “bundinha”, os
peitinhos, como se estivessem numa eterna escola de samba.
E raros são
os homens que não olham ou depois de tanto olharem bem podem confessar que se sentem vitimas.
Sem comentários:
Enviar um comentário