À Direcção da Loja Swatch do Shopping de Cascais
Exs senhores
Os meus cumprimentos
Porque os ponteiros não param procurarei ser breve, mas não posso deixar de aqui vir narrar o seguinte:
Há uns 3 meses comprei na loja Swatch do Shopping Cascais, um relógio de que gostei à primeira vista - dava as horas, contava e registava os segundos e os minutos para os meus passeios na muralha e além disso tinha o ar desportivo que a mim me vai faltando.
Nessa mesma noite eu, dado a insónias logo verifiquei que não conseguia na escuridão lobrigar os ponteiros e então para me orientar teria de acender a luz ao contrário do que esperava e me havia sido dito na loja.
Voltei lá. O relógio preto de números e ponteiros claros passou de mão em mão ou melhor de olho em olho porque todos os funcionários procuravam descobrir as causas da minha queixa. Fui concluindo que o mal era meu e que afinal precisava de ir a um oftalmologista.
O tempo passou e vi - me na 2ª feira de manhã a voltar a entrar na loja para comprar, desta vez, um relógio para uma criança. Uma vez feita a escolha não resisti a mostrar aquela funcionária que o relógio que eu trazia fora também ali comprado mas que este, padecia de algo que me amargurara.
Ela tal como os anteriores colegas, mas naquela hora dali ausentes, pediu - me para lhe tocar. Fez um canudo com a mão, espreitou e concluiu: Não, o relógio está bem...
- Então eu é que estou mal ? Adiantei desiludido e quase ofendido.
- Não ... o problema é que o senhor trás o relógio sob a manga de uma camisola e esta sob a manga do casaco e deste modo os ponteiros não vêm, não recebem, a claridade de que carecem para, depois na escuridão, lhe darem as horas como precisa e quer.
-Então?
- Então basta estar com ele à claridade solar ou sob uma luz artificial alguns instantes.
Arranquei dali, como se me tivesse saído uma ”raspadinha” e fui pendurar o relógio à janela do quarto para aproveitar o pôr do sol.
Já era noite, há muito, quando, ingrato, me lembrei e o trouxe para a cama. E milagre !!!! dava - me as horas como sempre desejei.
——”quem não sabe é como quem não vê”.
Não sei quem foi a cientista que ali no Shopping me abriu as portas. Sei que é loira, tem um lindo sorriso e não mais de vinte e poucos anos.
Agora cada vez que vejo as horas lembro - me dela ... e agradeço, claro.
Luis Pereira de Sousa
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Enviado do meu iPad