terça-feira, 1 de setembro de 2015

A GRANDE MENTIRA




Acabo de ler o Público, jornal que leio toda as manhãs, mais por hábito e pela paginação que admiro.
Apesar de ter comentadores de várias origens e perspetivas  não consegue ser imparcial e por isso honesto.
Vejamos. começam hoje os debates televisivos com vista às Eleições Legislativas que se realizam este mês.
Anunciam - se na primeira página as ditas eleições, com o primeiro debate e remete – nos para a pág 4/5 onde 2 analistas observam tecnicamente a formula dos Frente – a - Frente que se anunciam.
Mas o macabro da questão vergonhosa, ao mesmo tempo, ridícula e esclarecedora é que que em nenhuma das quase 50 páginas, este famoso diário, anuncia a hora e o local desse 1º Frente – a Frente, isto é, o debate entre Catarina Martins, BE e Jerónimo Martins, PCP. Nem no espaço sempre dedicado à programação televisiva, pag 37.
Como sabemos não é por acaso que tal acontece.
Claramente o jornal está empenhado em que ninguém veja este debate para que se não raciocine e conclua mais sobre o Governo que nos governa e as portas que se abrem.
É uma vergonha, um ultraje à democracia que tanto apregoam e mais ainda: é mais um flagrante na grande mentira onde nos mergulham a toda a hora e em todo o lado.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A MANIPULAÇÃO MEDIATICA






Vamos abrir os olhos porque o que parece é....

Cá vamos cantando e rindo embalados, embalados sim....


O cidadão sabe quanto lhe custa a vida e lhe pesa a dúvida quanto ao futuro.
Vamos votar. Ou melhor, todos deveríamos ir votar. Quem não vai é porque discorda da “democracia” entre aspas, e então acobarda – se frente ao que poderá chamar uma ditadura.
Porém há um outro factor que é determinante; o cidadão começa a sentir que lhe mentem descaradamente e que afinal tudo irá continuar na mesma sem que ele possa intervir concretamente.
O cidadão esquece – se ou ignora que as técnicas de manipulação da opinião publica atingem uma quase infalível técnica  do domínio da político – psicologia, que o condena ao seu ignorante conhecimento.
É portanto oportuno trazer aqui as conclusões de Noam Chomsky linguista, sociólogo e filosofo americano que se tem empenhado em temas polémicos e  destes, sobre um que achamos particularmente oportuno para a população portuguesa; A MANIPULAÇÃO MEDIATICA

Coligidas por Mauro Rodrigues algumas das reflexões de Chomsky e ordenadas em 10 estratégias que importa conhecer e nos convidam a refletir:
  
1- A estratégia da distração.
O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes das mudanças decididas pelas elites politicas e económicas.
A técnica é a do dilúvio ou inundação de continuas distrações ou mesmo de informações sem importância.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o publico de interessar – se pelos conhecimentos essenciais na área da ciência da economia, da psicologia, da neurobiología e da cibernética.
( Manter a atenção do público distraído, longe dos verdadeiros problemas sociais, atraído por temas sem importância real).
Manter o publico ocupado, ocupado, ocupado, nenhum tempo para pensar.
(Citação do texto  Armas silenciosa para guerras tranquilas).

2 – Criar problemas e depois oferecer soluções.
Este método também é chamado “Problema > reação >solução.
Cria – se o problema, uma situação prevista para causar certa reação na população, afim de que esta seja suplicante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a  violência urbana, ou organizar atentados sangrentos a que os media darão o máximo de relevância e difusão, afim de que o publico seja o requerente de leis de segurança e politicas em prejuízo da liberdade.
Poder -se – à também criar uma crise económica para que o povo aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3 – A estratégia da gradualidade.
Para fazer que se aceite uma medida inadmissível basta aplica – la gradualmente, a conta – gotas por um prazo alargado.
Dessa forma, as novas condições impostas, mudanças radicais, são aceites sem provocar revoltas.

4 – Estratégia do adiar.
Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresenta – la como “dolorosa e necessária” obtendo a aceitação pública no momento, para uma aplicação futura.
É mais fácil  aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato.
Primeiro porque o esforço não é imediato.
Segundo porque a massa, ingenuamente crê que amanhã tudo irá melhor e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.
Isto dá mais tempo ao cidadão para se acostumar à ideia da mudança e de a aceitar com resignação.

5 – Dirigir – se ao publico como a uma criatura de pouca idade:.
A maioria da publicidade dirigida ao grande publico utiliza discursos, argumentos, personagens e entoações particularmente infantis, muitas vezes a roçar a debilidade, como se o espectador fosse uma criança ou um deficiente mental. Quanto mais se tente enganar o espetador, mais se tende a adoptar um tom infantil. Porque?
(Porque dirigir - se a um adulto como se tivesse 12 anos, pelo menos, tenderá por sugestão, a provocar respostas ou reações mais infantis e desprovidas de sentido crítico).

6 – Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto – circuitar a análise racional e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir determinados comportamentos.

7 – Manter o povo na ignorância e na mediocridade:
Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e métodos utilizados para seu controlo e escravidão.
(A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível de forma a que a distância entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autentica igualdade e oportunidades para todos).

8 – Estimular o publico a ser complacente com a mediocridade.
Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo pelo intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.

9 – Reforçar o sentimento de culpa pessoal
Fazer crer ao individuo que ele é o único culpado da sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, capacidade, de  preparação ou de esforço.

Assim, em lugar de se revoltar contra o sistema económico e social o individuo desvaloriza – se, culpa – se, gerando em si um estado depressivo que inibe a sua capacidade de reagir e sem reação, não haverá revolução.

10 – Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmo se conhecem.
Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica.

O sistema conseguiu conhecer melhor o individuo comum do que ele se conhece.
Isto significa que na maioria dos casos o sistema exerce um maior controlo e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente têm.


Só os mais distraídos não repararam nestas receitas enunciadas os efeitos que elas têm produzido no nosso País. Reconhecerão todavia que os diferentes meios de comunicação, dominados 99% pelos meios económicos, em sintonia, conduzem as multidões para o local mais conveniente.

Cá vamos cantando e rindo embalados, embalados sim....

quarta-feira, 29 de julho de 2015

EM CHEIO SR LIMA




Sem querer, ouvi o ministro da Economia, um tal Pires de Lima. Pobre homem, na TVI a mostrar  a grande mentira e a sua estranha missão tal como a  deste Governo;
Perguntou - lhe o locutor – “Houve vantagem nas privatizações?”
 O ministro parece que mudou de cor e enfureceu - se ao responder  no seu estilho nervoso – “Mas você acha que os privados não gerem melhor que o Governo? Tem dúvidas? “-
Ora aqui está o segredo : ele entrou para o Governo porque não sabe gerir. Não tem capacidade para gerir nem para dirigir um privado e muito menos um governo. Conclui - se portanto :- Se fosse bom, inteligente e decente,  não estaria no Governo.
É que os senhores deste Governo foram para lá com a função prioritária de desmontar o Estado, para empobrecer o País e para transferirem para os privados os lucros que necessariamente se conseguiriam se eles fossem pelo menos mais leais para com a população.  Na verdade o que  querem é dar a ganhar aos seus reais patrões, à Alta Finança que os sustenta defende e lhes garante o futuro.

Com efeito e como ele diz e se se vê quanto pior o Governo melhor os Privados.  Em cheio sr. Lima.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

CONFLITO DE GERAÇÕES



“Nunca é cedo para ensinar nem tarde para aprender”
leps


Porra, isto não pode continuar. Gritou o ancião a fulminar o resto da família ao mesmo tempo que  esbracejava e colérico se levantava do cadeirão frente à TV .
Estava pior que uma barata. Resvalava até para a má educação, coisa que jamais permitira a ninguém muito menos a si próprio.
Então o meu neto anda de calças a caírem pelas pernas a baixo, a verem – se – lhe as cuecas, de barba crescida e de boné ao lado, como um marginal, um delinquente? Mas o que é isto? Ao que chegamos?
Olhavam – no com a dose de respeito que o chefe da família merece e ao mesmo tempo com o um silencio que manifestava inteiro acordo.
É uma ver – go - nha – e todos fizeram sim com a cabeça.
A verdade é que ninguém aprovava a caricatura que o rapaz transportava consigo, para onde quer que fosse; para a escola, para a praia ou até num passeio de família.
Amanhã vou mete – lo na ordem. Haja disciplina e respeito.....


O rapaz passaria lá por casa para levar uns acessórios acústicos que o avô lhe dispensara.
O “patriarca” esperava – o com uma crescente irritação como se esperasse uma reunião com um credor desonesto ou um herege provocador, a merecer vergastadas ou mesmo fuzilamento.  Aqui  franziu a testa e reconheceu que não chegaria a esse ponto mas sim, que a lição ficaria na memória do atrevido adolescente.
O encontro teria que merecer toda a respeitabilidade inerente ao diálogo entre o mais velho e o mais novo de uma família que se preza, que por tradição e cultura preserva a hierarquia e o saber possível. Para tanto proibiu a presença de mais alguém no espaço reservado ao duelo.

Ei – lo que chega; como sempre, desengonçado num disfarce inqualificável, chancela de mau gosto de desmazelo de desafio aos mais velhos, à educação implantada e até (perdoem  - me) até à civilização ocidental. Assim pensava enquanto com poucas palavras fe – lo sentar – se à sua frente, não num sofá, mas numa cadeira de madeira a uma mesa preta de jogo quadrada que nada tinha no tampo de napa castanha.
Guardou um silêncio com toda a certeza de despertar uma reflexão que seria ao mesmo tempo uma forma de estabilização emocional para ambos.

Olharam – se nos olhos fixamente ao mesmo nível numa expressão fria e desafiadora como dois lutadores de luta livre a centímetros antes do início da peleja.
O avô quebrou o silêncio e na sua voz grave e solene –
Aqui estamos frente a frente. – Respirou fundo a sublinhar a expectativa - De homem para homem, quero dizer – te que não gosto da maneira como te vestes. Parou para que o eco entrasse na alma do antagonista. Media as palavras antes de o torcer como a mulher a dias torce o esfregão da limpeza. Ia continuar. O jovem, numa expressão angelical, sem revelar temor, preocupação ou aborrecimento levantou delicadamente um dedo.

Fala – autorizou o avô  -
Pergunto – lhe só de homem para homem...fez uma pausa abrindo ligeiramente os olhos escuros, perspicazes e inteligentes - ... e o avô já me perguntou se gosto da sua maneira de vestir?
    
O pobre homem esperava tudo menos aquela resposta seca como soco sem defesa nos queixos do adversário que rodearia sobre os calcanhares e tombaria no solo se aqui não se tratasse apenas de um diálogo.

Titubeou ainda quase KO – tens razão Pá. E mais não disse. Não tinha para dizer.
Levantou – se com solenidade. O rapaz fez o mesmo.
Ambos respiravam fundo.

Sorriram ambos e num gesto jovem o velho levantou o braço com a mão aberta que embateu na que o  rapaz com o mesmo jeito lhe oferecia.