é um desabafo, uma dor de alma, um grito vertido assim, a medo, mas com uma vontade enorme de mudar o mundo, ou apenas mudar o autor.
terça-feira, 29 de maio de 2012
AGORA?
Sentei – me no Park Caffé, de que gosto particularmente, aqui, em Olhão. É moderno, as linhas são direitas e proporcionais. É simples. As linhas rectas tranquilizam - me, dão – me confiança. Não tem nada em excesso. O lado norte, está sempre à sombra e é fresco. O lado sul, virado para um grande relvado dá para esticar a vista e sentir que nem tudo é encavalitado. Esta sensação leva – nos a creditar que não estamos a mais. Não acotovelamos ninguém.
Jovens e velhos. Uns conversam, outros lêem os jornais, enquanto, lá dentro a olhar sem interesse na que salta de uma taróloga a vender a banha da cobra para uns “comis”, comissários da comunicação a fazer o mesmo que a taróloga. Uma tristeza. É esta a nossa sociedade, numa cidade que ficou no meio.
O dono, Carlos Morais, é um jovem professor de educação física, que gosta de restauração. É comunicativo, sabe ouvir e aprender. Gosta do desafio. Tem uma visão moderna das necessidades do cliente e do negócio. Soube disso, quando, na véspera, fui comprar bilhetes para o concerto de António Torrado no Centro Cultural, ali perto e ele quis oferecer – me uma bebida.
Hoje, porque tem wirless abanquei, no espaço norte, com o PC aberto.
Umas senhoras, já de alguma idade, mas com ares de raparigas modernas:- Olha quem está ali? De barba crescida… e toda branca.
- É ele não é?.
Enfiei a cabeça no teclado.
- O senhor fuma?
- Às vezes.
- Faz bem. Posso levar o cinzeiro?
- E lá foi, para direita, depois de cravar um cigarro, a um senhor que estava ao meu lado esquerdo e que, ao que parece, era seu conhecido do facebook.
Perguntei – me como é que duas pessoas que devem ser vizinhos, se vão conhecer, no espaço cibernético.
Tentei entrar no computador, mas a claridade era muita. Adiei.
Ao lado, estava já outro senhor aí dos seus 40 e poucos a conversar com o tal do facebook. Ambos com ar evoluído, de calções, chinelos e óculos escuros.
-É pá isto está tudo f….Então estes cabrões, é só roubar, só roubar e nós a ver?
-Não há quem os encoste à parede? Onde é que eles vão pôr o dinheiro que nos roubam?
-No estrangeiro e olha, aí, nas brutas vivendas que tu vez por este Algarve fora. Os gajos, tratam – se bem. O Salazar é criticado porque vendia a nossa imagem de “pobrezinhos, mas honrados”. Agora o 1º Ministro põe – nos, conscientemente, cada vez mais pobres e honrados. Honrados por sermos nós a pagar o que a classe dirigente, os seus amigalhaços e os Bancos, desviaram. E como isto não chega vendem o País que não construíram.-Isto não vai longe, não. Se pudesse dava um estrondo?
-Um estrondo?
-Sim, fazia barulho.
-Mas como? Onde? De que é que valia? Ninguém te apoiava. Somos uma cambada de cobardolas.
-Mas toda a gente pensa assim.. acredita. Vou é alistar – me num partido. Não quis, foi o pior que fiz.
Eu, fiquei de mãos a suar. Apetecia – me entrar na conversa. Dizer – lhes que há qualquer coisa a fazer, mas que se poupava muito sacrifício, muito sofrimento se houvesse outra comunicação social, que com isenção, sem representar grupos de interesses esclarecesse a população. Ainda fiz menção de falar. Juntei os jornais, meti o PC, no saco, paguei e pensei em não falar. Eles levantaram – se também e lá foram lamentando.
Não falei. Fala – se de escutas, de espiões, de bufos, de perseguições. Senti o mesmo arrepio que senti pouco antes do 25 de Abril, quando num café em Lisboa me virei contra um homem que procurava ler o texto que escrevia e que se destinava à imprensa estrangeira.
-Vá se quiser, prenda – me, vá. O que estou a escrever não é mentira nenhuma…- Estrilhei. O homem meteu o rabo, entre as pernas e cavou a expirrar chamas pelos olhos. Já nessa altura, eu estava com o espirito da perseguição. Voltei a ter uma crise. Agora?
domingo, 27 de maio de 2012
ESTAMOS NA MISÉRIA
Toda a gente
a pedir. Nunca tal foi visto no nosso país. Esta é a realidade que nos
envergonha.
Quase um
milhão sem trabalho. Gente para a rua por já não ter casa. Famílias
desesperadas.
Já não há
classe média. Há a rica e a pobre.
É triste ver
as campanhas que o poder promove ao fazer apelo ao que chamam solidariedade, à
mendigância, ao salve – se quem poder. Aumenta a violência. Rouba – se na
banca, no cobre dos fios eléctricos, nas batatas da horta , tudo vale para
meter ao bolso.
O Banco
Alimentar, ou seja, as campanhas cada vez mais, frequentes às portas dos
supermercados, para socorrer os mais carecidos de nós, é verdadeiramente
aviltante.
Nesta fase,
quando um povo tem que mendigar para viver, só podemos concluir que se deve à
incapacidade dos seus governantes.
Serem
incapazes de proporcionar aos cidadãos o mínimo para viver, com dignidade é a
prova de que nada estão a fazer a não ser encaminhar a pouca riqueza, que nos
resta, para o bolso dos seus patrões. A economia manda na politica e não o
inverso.
A população,
pobre e não esclarecida, ainda dá de si própria. Condoída, como num acto nobre,
dá esmola : “Hoje sou eu, amanhâ poderei
ser eu a precisar. Não posso ver ninguém com fome. Temos que nos ajudar uns aos
outros.”
E ignora que
quem poderia dar efectivamente, não dá nada, nem o que tem em excesso.
É
intolerável.
Dar esmola
avilta quem recebe e envergonha quem dá.
O que é
preciso é outra política, outros líderes.
Estes não
sabem em que país vivem. Se sabem, não
respeitam os cidadãos que neles votaram. É uma mentira, um logro que urge
corrigir e se possível, castigar.
Mas tudo
continuará enquanto não houver órgãos de comunicação livres do controlo
económico e financeiro.
PINGOS NEM
SEMPRE DOCES
Uma
pausa, na outra escrita, para vir aqui
debitar pequenas coisas que vão enchendo o saco da alma como o lixo que se
debita no saco de plástico do supermercado e, sempre que vou a terra, lanço ao
caixote.
Não menospreso, quem ler isto, se houver quem leia claro está. Reconheço que devemos
estar fartos de literatices.
Estes
pingos, nem sempre doces, afinal, são um breve testemunho de quem lançou ferro
numa das cidades do litoral, mais próximas da
espiritualidade dos nossos antepassados. Talvez, para fugir às modernices
tacanhas dos média que se esforçam por parecer evoluídos e actuais, não sabendo
eles, que a vaidade bateu no fundo pela sua vacuidade e redundância e que hoje
nasce uma outra forma de encarar a vida. E esta, será a que vai vingar, como a
semente da figueira que se ergue num muro, ou entre penhascos. E dará figos que
alguém comerá, bem dizendo a terra e o repetido milagre da vida.
terça-feira, 22 de maio de 2012
EUROPA QUE FUTURO
GORDURA MORBIDA
Sociologo Jaques Amaury - Universidade de Estrasburgo
"O que acontece é que a Alemanha e não
só, quer virar o mapa socio - económico da Europa para continuar a engordar e
para sua defesa vital e garantia dos seus cidadãos e da sua história.
O que está a fazer e forçar é apenas
uma estratégia para salvar o seu futuro.
Como sabemos, na Europa rica - Alemanha, Grã – Bretanha, Holanda, França
Dinamarca, Suécia, Noruega, Bélgica e Suíça, está – se a prever um fenómeno que poe em perigo, já
daqui a 10 anos, o seu futuro.
Os ricos aproveitam – se da falta de
democracia nos paises ditatoriais, Paises Arabes, em África e na China para abrir
portas à mão de obra barata para si,
sobretudo em tarefas que os seus, não querem executar.
A população muçulmana, em algumas
cidades, como Marselhas, está a atingir
dimensões tais que se admite, poder igual e suplantar, até a dos locais, dentro de pouco tempo. O numero de
mesquitas aumenta mais que as igrejas. As mesquitas enchem – se, as igrejas estão vazias.
A sharia, o código de leis do
islamismo, exige uma luta constante, por qualquer meio aos muçulmanos até
“dominarem o mundo” e acabarem com o cristianismo e outras religiões.
Os islâmicos reproduzem – se muito
mais (cada muçulmano pode ter 4 mulheres), enquanto os locais evitam por comodidade ter filhos, a
população idosa está a aumentar enquanto o numero de jovens locais está a
diminuir, crescendo as novas gerações de emigrantes, com boas condições sociais
e “direitos, liberdades e garantias”. A vida é para o emigrante
incomensuravelmente melhor que a que os governos corruptos e incapazes dos seus
países permitem.
Tem sido muito conveniente a miséria
de uns, para benefício de outros.
A capacidade organizativa dos
emigrantes graças ao seu actual (novas gerações) nível cultural e acesso a
novas tecnologias permitem – lhes elevar o seu tom reivindicativo, com
incidências sociais, culturais e policiais, que se torna já incómodo e de mau
presságio.
Os partidos locais de direita
xenófobos, crescem porque prometem afastar o perigo que mora às
portas e ao lado dos nacionais.
Mas os países ricos não poderão
continuar a usufruir da sua qualidade de vida sem emigrantes que não controlem.
Assim a única solução é criarem em Portugal, Grécia e Espanha as condições para
que sejam estes a exportar a mão de obra domável e tranquilizadora.
Além disto, poderão, sem antagonismos,
continuar a disfrutar dos campos, praias e belezas destes países que nada mais
verão que o turismo e a emigração, para fugirem à miséria.
O esquema está de tal modo lançado e
habilmente orquestrado, que por exemplo, em Portugal até o seu primeiro ministro
sugere à juventude que emigre, num gesto de uma crueldade, de falta de
ambições e respeito pelo futuro de um país com 900 anos de passado. Esse
conselho é revelador do que está por detrás do plano maquiavélico de Merkel
apoiado pelos governantes portugueses, acompanhados pelos meios de comunicação
que mais não fazem do que criar superficiais problemas individuais ou partidários e
distrair a população, com folclores, num logro, como se Troika fosse uma sorte grande."
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