é um desabafo, uma dor de alma, um grito vertido assim, a medo, mas com uma vontade enorme de mudar o mundo, ou apenas mudar o autor.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
A PORTA
OLHÃO
Ria Formosa – entre Armona e Culatra
Já tinha desistido de vir aqui, a esta porta, a este Porto de Abrigo na net. Tenho a sensação de que já ninguém se importa com o que escrevo ou muito menos se escrevo ou não. É natural; são as leis da qualidade ou a da concorrência.
Mas encontrar uma porta fechada sem tentar abrir, sem bater pelo menos, é calarmos o que temos a dizer e passarmos a passeantes sem rumo nem função.
Mas a verdade é que no fundo, no fundo, escrevo para mim próprio, como num acto de contrição. Bato no peito e digo 3 vezes seguidas; por mea culpa.
Os canários também cantam muitas vezes na maior solidão, tal como as cigarras ou os besouros que parecem um black & decker a trabalhar fora de horas. Sabemos que estes fazem - no para chamar as fêmeas, o que não é propriamente o meu caso. Ou será?
O homem, a bem dizer, não faz nada, nem mesmo asneiras, sem que no seu sub – consciente esteja uma mulher a segredar - lhe. Lá dizia Poirot “Quando há um crime – recherche la femme”. Quando não há uma mulher no horizonte, somos como bicicleta sem pedais. Não vamos a lado nenhum. Apetece perguntar “E os que não apreciam as mulheres?”. Bom esses lá têm a sua “trotinette”, responde o macho latino, para quem a vida não anda fácil.
Mas não nos fuja a língua para outra conversa. A verdade é que cá estamos e dispostos a voltar a viver neste espaço etéreo, último mas radiosos refugio para desamparados e desprotegidos.
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Sabe é como ter uma loja aberta, nunca sabemos quem pode entrar.
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