quinta-feira, 25 de março de 2010

JÁ SE FAZ TARDE


Sem conjecturas filosóficas, teologias, politicas, ou sociológicas, no meu analfabetismo científico, não me é difícil reconhecer, quanto estamos errados na nossa condição humana.
Falo da minha, mas não na dos outros, por modéstia ou medo da arrogância com que geralmente investimos em conjecturas similares.
Contradizemos as leis feitas pelo homem em nome de Deuses, que já se provaram erradas e anacrónicas, e pela Natureza, em nome da vida.
Em ambos os casos revelamos a mais completa falta de sentido, de sentimento humanitário e da humildade a que estamos irrevogavelmente condenados a ter, a não ser que acreditemos que somos o que temos e não aquilo de que precisamos, quando a morte nos iguala.
Apesar da altura a que chegamos em tantas das matérias, que dignificam a missão do homem na terra, outras há que o tornam desprezível e até lamentavelmente medíocre. É por isso, o homem catalogado na classe dos predadores que, nem reconhecem os da sua espécie. Pior ainda, mantêm os seus iguais, como o principal inimigo.
O homem é capaz de desenvolver a técnica cirúrgica ajudando multidões a serem menos infelizes. Pois é.
Mas ao mesmo tempo, continua abstrusamente, a lançar milhões e milhões de outros seres humanos para a mais profunda desgraça e miséria.
Os tribunais internacionais não são capazes de punir os políticos que mantêm guerras devastadoras, nem lideres corruptos que escravizam populações, porque quem os cria, o faz à sua medida e não à da dos outros que ignora.
A incapacidade das populações gerirem os seus destinos torna – as, instrumentos manipulados por ideias, slogans e promessas ilusórias de felicidade, ou uma aceitação inevitável de infelicidade.
Apesar de tudo isto resta a esperança que algo aconteça para que se torne inadiável a justiça que falta em todas as latitudes e momentos.
Esse algo poderá nada ter a ver com a vinda de um redentor, de uma profecia de Nostradamus, nem de mais algumas piruetas de mensageiros do além.
Quem é que duvida de que já se faz tarde?

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