Espreitei para o quarto
delas. A mais velha, deitada sobre a cama não despregava do IPad onde passava a
“ A mafiosa” uma canção
brasileira num destes ritmos modernos que até eu conheço só de ouvido e gestos
de sinaleiro.
A outra, a Laurinha, de
6 anos deitava no berço uma das suas bonecas, a loirinha que ao que parece,
estava com febre.
Entrei de mansinho.
Sobre a mesinha de trabalho um caderno aberto com números em atropelo que a
terão desafiado, mas ela desistira.
- Qual é o problema?
Perguntei autoritário subindo os decibéis.
- Avô não tenho
problema nenhum – respondeu com ar de quem pede desculpa e nervosa – Só
no algoritmo. Ensinas – me?
Abri muito os olhos,
enchi o peito. A forma tão em voga hoje, responsável pelo avanço científico,
tecnológico universal que entra no automatismo, na robótica, nas comunicações, nos
computadores, na medicina, na web – -O algoritmo que faz o mundo avançar?
Olhei- a fixamente e – Já venho. - Desatei a correr e fui ao meu
computador.
Algoritmos –
É uma sequência feita de instruções bem definidas e não ambíguas para a
resolução de um problema como: com a tua mão substituíres uma lâmpada
defeituosa por uma nova. Li
5 vezes.
Voltei à menina que já tratava de outra
boneca-
-Bem temos que estudar, mas...
-..mas avô eu
só quero saber, saber o teu.
- O meu?
- Sim o teu
al - go - rit - mo.
Tremi dos pés à cabeça
e decidi – Eu sou? Eu tenho um? Tenho que ir já, já ao médico.
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