terça-feira, 14 de junho de 2016

A PESTE GRISALHA


A idade avançada é vista em algumas sociedades como um valor acrescentado, isto é; para além de ter vivido o que a maioria viveu ainda tem mais a aprender e sobretudo a ensinar. Por isso é respeitada e estimada.
Mas infelizmente a sociedade ou a cultura que nos diz respeito, aqui à beira mar plantada, é o resultado de uma formatação especialmente vocacionada para o consumo. Assim, aqui não se aplaude  o idoso que vive da pequena reforma cada vez mais minguada e discutida. Antes pelo contrário, ele é visto como elemento dessa “peste grisalha”, incomoda, fora de prazo e por isso até dispensável.
Não vai longe quem assim pensa. Não tardará a espetar  - se contra o muro da estupidez, da incultura e da hipocrisia que construiu. 
Desses políticos ou pseudo – políticos que assim pensam e bem conhecemos, feitos à pressa, não rezará a história. Pena é que ela os absolva e lhes tenha proporcionado condições para depois de se aboletarem com o que a todos pertence ou devia pertencer continuarem intocáveis e eles sim a provocarem o vómito.
Mas apesar desta espécie até há pouco dominante os atuais múltiplos poderes e pensares tanto entre portas como fora delas serão por moto próprio ou forçados, a reconhecer que o saber está na experiência e não há melhor mestra que a própria vida.

Ela ensinou – nos que “nunca é tarde” e que a melhor moeda, mais valiosa que o ouro é o tempo, não o tempo que esbanjamos, mas aquele em que sentimos que valemos algo e que ainda teremos uma palavra a dizer. Os outros que estejam atentos.   

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