Não sei se ria se chore.
Hoje é o meu sexto dia de internamento no Hospital de Faro
onde dei entrada no dia 18 à tarde.
Estou no Serviço de Pneumologia, depois de ter caído
inconsciente, à agua, na Ria Formosa, de ter viajado no 115 a acelerar de Olhão
até aqui, de ter estado nas Urgências e nos Cuidados Especiais. Já me retiraram
alguns dos tubos que me têm ligado à vida. Ainda não estarei muito lúcido para
escrever, aliás, nunca estive… e quem é quem está verdadeiramente?
Um escorregadela, e o traumatismo craniano originaram a perda
de consciência, a queda ao mar, o ter - me transformado em quase cadáver,
porque ninguém viu a queda, nem o corpo que boiava a sorver o esgoto e aos
poucos escolhia o negro do fundo.
A sorte (?) é que alguém, “ boa fada” ouviu como que um
restolhar, o encher um garrafão, um bluereruer
estranho, que nem as tainhas, douradas ou polvos fazem por ali.
Até que o viu já
quando os pulmões estavam a transbordar de água, os olhos revirados e um
sorriso estúpido dava a entender que a morte está ali mesmo à esquina e à
espera. Com dificuldade, segundos antes de ser tarde, pescou o monstro marinho.
Monstro já sabia que era mas marinho passei a ser. Por isso
aqui estou com assinalável recuperação, um traumatismo occipital, uma
consequente pneumonia dupla e a ser invadido pela curiosidade de muita gente
que a sua boa fé, me quer salvar.
Não sei se fazem bem. Mas de qualquer modo e para já obrigado
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