segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011





CAVALGAR SEMPRE, SEM PARAR
Fui ontem a uma exposição do Gabriel.
Duas obrigações que cumpro com prazer. A primeira, porque sou amigo do pintor, a segunda porque o admiro.
Mas diria que há uma terceira; a enorme curiosidade, que sempre tenho, ao observar a evolução deste “Cavaleiro Andante “ , deste Peregrino, incansável nos percursos do espírito.
Parece que, para ele, a pintura é um itinerário, como, o sempre por cumprir, Santiago de Compostela. Mesmo atingido o destino, por veredas, montes e vales, a pé ou sobre o pobre Rocinante, há que recomeçar para ver a luz, para ultrapassar as sombras e descobrir as ogivas, os cálices, os arcos, os reflexos, as formas galácticas da imaginação.
Nessa evolução, notória, como marcada por etapas, observo –o, na ponta dos dedos debruçar – me sobre a sua a alma.
Nunca sei quando nele começa a técnica, para dar lugar ao artista ou a arte para depois ceder o corcel, à mestria ao pesquisador.
Foi na Casa da Galiza.
Está em ascensão este meu amigo.
Vai ser publicado um livro biográfico. Merece. Fico feliz.
Contudo, gostaria que todos o conhecêssemos, mas, como ele me segreda, a TV é para só, uns quantos, umas galerias, uns senhores que se sentem donos da arte e de nós.
É pena, mas não é só na arte caro Gabriel.

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