– A
FELICIDADE 1
Porque
tenho a mania destas coisas resolvi consultar 5 amigos, já da 3ª idade, que me
apresentam evidentes manifestações de felicidade ou seja, os que enfrentam a
vida peito feito e olham a morte com naturalidade e frontalidade.
Comecei
por uma amiga médica ainda no ativo, incansável e ao mesmo tempo terna , meiga
e sempre disponível. Pousou o estetoscópio sobre a mesa e com um suspiro
profundo de muitas canseiras e preocupações – Sim sou feliz e serei até poder ajudar quem de mim precisar. Não posso ver
ninguém a sofrer e por isso ajudar faz – me feliz. Penso até que nasci para isto.
Depois
perguntei ao seu marido, mais velho,
numa cadeira de rodas, mas nem por isso menos feliz e confiante. – Olha tu conheces – me. Tenho uma mulher que
me ama e ajuda, eu retribuo com admiração. Fiz muita coisa na vida, mas agora
estou tranquilo assim e desde que o nosso Benfica ganhe em qualquer categoria
modalidade ou época. Se ele ganha sou feliz. O resto é a própria vida que decide.
Ainda
um pouco atordoado pela resposta foi numa esplanada da praia que ouvi o outro ancião
que sempre me pareceu um homem feliz. Agora com o cabelo rapado como é da moda mas
a revelar no corpo bronzeado, como, ao
longo de mais de meio século que já nos conhecemos, tal como uma marca sua. – Eu sou feliz. Perdi a minha mulher há pouco
tempo, mas depois voltei ao sol, de verão e de inverno e retomei a vontade de
viver. O sol dá – me vida, força e confiança da – me a saúde que dizem; os velhos perdem.
O
outro inquirido é um homem ativo, organizador, mobilizador e incentivador.
Nasceu em Moçambique depois viveu em Inglaterra e acabou por aterrar em
Portugal onde lhe nasceram dois
filhos que agora estão na Holanda. A
minha felicidade vive – se à volta dos momentos, uma vez em cada estação,
quando eu vou à Holanda ver os meus netos.
Sem eles não via razão para existir. Vivo
para esses dias que me fazem feliz. É como um tratamento que faço para me
manter saudável ou seja; alegre com a vida.
Também
incluo nos depoimentos o de uma velha tia minha que transporta consigo um
sorriso permanente e indestrutível. Sorrio
sempre, é verdade e sabes porquê? Porque este sorriso vem do meu espírito onde
um dia Deus entrou e aqui permanece nos bons e até nos maus momentos. É da
felicidade que sinto e agradeço-a ao Divino.
Agora,
depois da pobre tia, dirá o leitor que estas justificações baralham ainda mais
que uma análise científica ou cultural.
E tem toda a razão, mas ante estas justificações individuais paradoxais e
inesperadas sobre o maior mistério da Humanidade, aconselho a que leia
FELICIDADE 2 o próximo capítulo onde lhe revelaremos a solução para um mundo
melhor e verdadeiramente mais feliz.