Cá vamos cantando
e rindo embalados, embalados sim....
O cidadão sabe quanto lhe custa a vida e lhe pesa a
dúvida quanto ao futuro.
Vamos votar. Ou melhor, todos deveríamos ir votar. Quem
não vai é porque discorda da “democracia” entre aspas, e então acobarda – se
frente ao que poderá chamar uma ditadura.
Porém há um outro factor que é determinante; o cidadão
começa a sentir que lhe mentem descaradamente e que afinal tudo irá continuar
na mesma sem que ele possa intervir concretamente.
O cidadão esquece – se ou ignora que as técnicas de
manipulação da opinião publica atingem uma quase infalível técnica do domínio da político – psicologia, que o
condena ao seu ignorante conhecimento.
É portanto oportuno trazer aqui as conclusões de Noam
Chomsky linguista, sociólogo e filosofo americano que se tem empenhado em temas
polémicos e destes, sobre um que achamos
particularmente oportuno para a população portuguesa; A MANIPULAÇÃO MEDIATICA
Coligidas por Mauro Rodrigues algumas das reflexões de
Chomsky e ordenadas em 10 estratégias que importa conhecer e nos convidam a
refletir:
1- A estratégia da distração.
O elemento primordial do controlo social é a
estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos
problemas importantes das mudanças decididas pelas elites politicas e
económicas.
A técnica é a do dilúvio ou inundação de continuas
distrações ou mesmo de informações sem importância.
A estratégia da distração é igualmente indispensável
para impedir o publico de interessar – se pelos conhecimentos essenciais na
área da ciência da economia, da psicologia, da neurobiología e da cibernética.
( Manter a atenção do público distraído, longe dos
verdadeiros problemas sociais, atraído por temas sem importância real).
Manter o publico ocupado, ocupado, ocupado, nenhum
tempo para pensar.
(Citação do texto
Armas silenciosa para guerras tranquilas).
2 – Criar problemas e depois oferecer soluções.
Este método também é chamado “Problema > reação
>solução.
Cria – se o problema, uma situação prevista para
causar certa reação na população, afim de que esta seja suplicante das medidas
que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se
intensifique a violência urbana, ou
organizar atentados sangrentos a que os media darão o máximo de relevância e
difusão, afim de que o publico seja o requerente de leis de segurança e politicas
em prejuízo da liberdade.
Poder -se – à também criar uma crise económica para
que o povo aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento
dos serviços públicos.
3 – A estratégia da gradualidade.
Para fazer que se aceite uma medida inadmissível basta
aplica – la gradualmente, a conta – gotas por um prazo alargado.
Dessa forma, as novas condições impostas, mudanças
radicais, são aceites sem provocar revoltas.
4 – Estratégia do adiar.
Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão
impopular é a de apresenta – la como “dolorosa e necessária” obtendo a
aceitação pública no momento, para uma aplicação futura.
É mais fácil
aceitar um sacrifício futuro que um sacrifício imediato.
Primeiro porque o esforço não é imediato.
Segundo porque a massa, ingenuamente crê que amanhã
tudo irá melhor e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.
Isto dá mais tempo ao cidadão para se acostumar à ideia
da mudança e de a aceitar com resignação.
5 – Dirigir – se ao publico como a uma criatura de
pouca idade:.
A maioria da publicidade dirigida ao grande publico
utiliza discursos, argumentos, personagens e entoações particularmente
infantis, muitas vezes a roçar a debilidade, como se o espectador fosse uma criança
ou um deficiente mental. Quanto mais se tente enganar o espetador, mais se
tende a adoptar um tom infantil. Porque?
(Porque dirigir - se a um adulto como se tivesse 12
anos, pelo menos, tenderá por sugestão, a provocar respostas ou reações mais
infantis e desprovidas de sentido crítico).
6 – Utilizar o aspecto emocional muito mais que a
reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para
curto – circuitar a análise racional e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registo emocional
permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar
ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir determinados
comportamentos.
7 – Manter o povo na ignorância e na mediocridade:
Fazer com que o público seja incapaz de compreender a
tecnologia e métodos utilizados para seu controlo e escravidão.
(A qualidade da educação dada às classes sociais
inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível de forma a que a distância
entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo e seja impossível
alcançar uma autentica igualdade e oportunidades para todos).
8 – Estimular o publico a ser complacente com a
mediocridade.
Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura,
o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo
pelo intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de
sacrifício e do esforço pessoal.
9 – Reforçar o sentimento de culpa pessoal
Fazer crer ao individuo que ele é o único culpado da
sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, capacidade, de preparação ou de esforço.
Assim, em lugar de se revoltar contra o sistema
económico e social o individuo desvaloriza – se, culpa – se, gerando em si um
estado depressivo que inibe a sua capacidade de reagir e sem reação, não haverá
revolução.
10 – Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmo
se conhecem.
Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma
crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas
elites dominantes.
Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia
aplicada, o sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano,
tanto de forma física como psicológica.
O sistema conseguiu conhecer melhor o individuo comum
do que ele se conhece.
Isto significa que na maioria dos casos o sistema exerce
um maior controlo e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que
realmente têm.
Só os mais distraídos não repararam nestas receitas
enunciadas os efeitos que elas têm produzido no nosso País. Reconhecerão
todavia que os diferentes meios de comunicação, dominados 99% pelos meios
económicos, em sintonia, conduzem as multidões para o local mais conveniente.
Cá vamos cantando
e rindo embalados, embalados sim....